As promessas são a base de muitos discursos, são uma espécie de combustível que move a política e a sociedade. Entretanto, o tempo mostra, com frequência, que nem todas as promessas se convertem em ação. Proclamam-se planos grandiosos, projetos transformadores e a esperança de um futuro melhor. Porém, a realidade frequentemente revela desafios que permanecem sem solução e necessidades que continuam a ser ignoradas.
Nos últimos anos, ouvimos discursos inflamados sobre desenvolvimento, coesão e futuro. Mas quando chega a hora de perguntar o que realmente mudou, muitas respostas são vagas, cheias de justificações e muito poucas concretizações. O tempo das promessas tem de dar lugar ao tempo das decisões.
Lançar palavras é fácil, mas assumir um compromisso com elas exige mais do que intenção. O discurso político está repleto de promessas que, ao se somarem às necessidades do povo, criam a ilusão de que o futuro está garantido. No entanto, o tempo, sempre implacável, não permite que a retórica vazia seja eterna. Cada dia que passa sem uma mudança concreta é uma lembrança de que intenções, sem ação, perdem o seu valor.
É necessário resgatar o compromisso, onde cada promessa se transforme num pacto de responsabilidade e trabalho. O tempo das promessas, que antes inspirava esperança, deve dar lugar ao tempo de ações reais, onde o futuro se constrói com solidez e não com palavras vazias de conteúdo, porque, no fim, é a concretização dos atos que molda a sociedade e reafirma a confiança dos cidadãos nos seus líderes.
Quando isso não acontece, já não são os decisores a escolher o rumo — é o tempo que escolhe por eles.
(Crónica escrita para Rádio)